Musik Non Stop

Wednesday, November 24, 2004

Good Vibrations!


O 5 Minutos já começou, e o vídeo que fiz com um amigo está na mostra competitiva. Chama-se Testosterona, e o roteiro não é meu (é de Ivan Nascimento Ribeiro Jr.). Fiz a captação do som direto, meti o bedelho na direção e pentelhei na edição (principalmente nas trilhas!!!). O vídeo vai ser exibido 3 vezes:

Terça, dia 23 - 20h (Já rolou!! hahahaha)
Quinta, dia 25 - 21h
Sexta, dia 26 - 19h

A programação do festival inclui seminário, oficina, várias palestras e a exibição de filmes clássicos como Amacord, Morte em Veneza, A Noite Americana, Cidadão Kane e Blow-Up.

Tudo nas Salas Walter da Silveira e Alexandre Robato, na Biblioteca Central dos Barris. O melhor, é de graça.

posted by Gabriela R. Almeida at 7:29 PM |

Tuesday, November 23, 2004

Neutral Milk Hotel


"In The Aeroplane Over The Sea" não é um disco dos mais fáceis. Quem olha o disco sem atenção, apenas impressionado pela arte de primeira, mal imagina que a bandinha ali presente não adorna somente a contracapa. Ela faz parte do universo mítico, mágico e em alguns momentos épico para onde o disco nos leva.
Aperta-se o play e logo se ouve um vocal estranho e alto, quase insuportavelmente alto. O estranhamento inicial, vencido somente após algumas audições, logo cede lugar à apreciação dos ricos arranjos, do toque folk bem intimista e de alguns sons esquisitos, com destaque para os metais e cordas, presentes em várias faixas.
O disco clássico do Neutral Milk Hotel, tido por muitos como o melhor disco de 98, foi lançado recentemente no Brasil pela Peligro (www.peligro.com.br), selo que está distribuindo no país pérolas obscuras como TV On The Radio, Tortoise e Clinic com preços convidativos.
Quase uma "one man band", Neutral Milk Hotel tem um heróico Jeff Mangum, que junto com Apples in Stereo, Olivia Tremor Control e Secret Square formou o primeiro casting do Elephant 6 Recoding Company, selo do estado americano da Georgia, especializado em grupos indie/lo-fi em que os poucos músicos se revezavam tocando uns nas bandas dos outros.
O folk e a melancolia que permeiam "In The Aeroplane Over The Sea" às vezes cedem espaço para as guitarras aparecem para sujar o som em algumas faixas, a exemplo de The King of Carrot Flowers Pts. Two & Three, que evolui de vocais quase à capela que evocam Jesus Cristo a uma barulheira dos infernos, uma guitarria pra indie nenhum botar defeito.
"The Fool", faixa de número 5, traz uma marcha fúnebre no final que, assim como o final de quase todas as músicas, vai entrando num clímax tão nervoso que, quando a música acaba, dá pra suspirar aliviado.
Não se engane, no entanto, achando que o forte traço folk é o suficiente para rotular o som do Neutral Milk Hotel. Sem pose, firula ou iconoclastia alguma, o disco é altamente psicodélico. Soa retrô, mas não é cópia de nada, não remete a uma cena ou a um nicho musical específico. A psicodelia resvala em letras altamente imagéticas, no encarte que "participa" do disco como poucos outros o fazem. E onde se vê, como sugere a faixa título, o avião, de onde as cinzas das pessoas são jogadas, e o mar, destino final delas. Mas em cima do avião há um enorme gramofone e Mangum sugere que, enquanto o seu dia não chega, você deite sob o sol e tome nota de cada coisa bela que vir pelo mundo. Ele conta histórias pessoais num tom nostálgico e de imagens surreais, que acabam por transferir à música uma tristeza singela e tocante.
O melhor de se observar ouvindo em 2004 esse disco que antecede o boom do "novo" rock
é que, apesar do hype e do mérito de algumas bandas da safra pós-Strokes, que investem no rock "bê-a-bá" e optam pela simplicidade, ouvindo-se "In The Aeroplane..." nota-se que o rock pode, sim, ser ainda mais interessante sem ser tosco, engraçadinho ou poser, e que é mais do que saudável que existam bandas que sigam com maestria outra cartilha.



posted by Gabriela R. Almeida at 11:11 PM |

Friday, November 19, 2004


I got my Date With Elvis already... It's beeing wonderful. You'll know what it was like very soon!!

posted by Gabriela R. Almeida at 9:00 PM |

Matraca: ativar (parte 2)

- Luciano Matos, jornalista e Dj elCabong (www.nemo.com.br/elcabong), ganhou uma merecida coluna no site da MTV, para divulgação das notícias de bandas do Nordeste. Ótima inciativa da MTV, embora de periodicidade mensal (complicado para um site, hein?). Enfim, o endereço é http://www2.mtv.terra.com.br/clube/colunas_n/colunas.gen2.php?txtid=655&x=mtvcolunas, ou então http://www.mtv.com.br/ e procura o link “Colunas”. A última edição tem uma ótima cobertura do Punka.

- Nancyta e os Grazzers só devem tocar agora no ano que vem. A banda está compondo e gravando músicas para o disco novo, que também só sai em 2005. A promessa é de um trabalho diferente do elogiado disco de estréia, mais pra a sonoridade da Crac! (antiga banda de Nancyta). O álbum novo vai ter duas versões, uma com todas as letras em português, e a outra com todas as letras em inglês. Ah, a banda está sem baixista. CH saiu.

- Sangria lançou EP no Berinjela. Ainda não ouvi, mas deve ser bom. A banda ao vivo é foda.

- Dr. Cascadura lança Vivendo em Grande Estilo essa semana, e participa do festival Demo Sul, em Londrina (PR), no dia 26, com Faichecleres, Relespública, e mais outras bandas do sul que não lembro agora. Em dezembro, a banda toca em Minas Gerais e São Paulo, e em janeiro chega à Bahia, provavelmente com o Cachorro Grande.

posted by Gabriela R. Almeida at 8:54 PM |

Sai a programação oficial do 10º Goiânia Noise


The Cramps? Black Rebel Motorcycle Club? Guided By Voices? MC5? Não, nada disso, infelizmente... Depois de muitos rumores sobre as mega ultra bandas que poderiam participar da décima edição do Goiânia Noise e mudança de data, finalmente foi divulgada a escalação definitiva (?) do festival. Da Bahia, só os Retrofoguetes, que estão lançando disco pela Monstro. The Honkers e Brinde, inicialmente escaladas, acabaram desistindo de participar do festival.
Embora sem a magnitude que se esperava e prometia nessa edição comemorativa de uma década de festival e com poucas bandas do nordeste participando (apenas Superoutro, de Pernambuco, além do Retrofoguetes), o Goîânia Noise segue como headliner dos eventos independentes, com uma escalação que contempla uma boa parte do "mainstream indie" nacional. Ausência sentida dos Replicantes, que estão com disco recém-lançado na praça.

Sexta-feira, 10/12
02h - Muzzarelas (SP)
01h30 - Tolerância Zero
01h - Sapatos Bicolores (DF)
00h30 - Violins (GO)
00h - Hang the Superstars (GO)
23h30 - Irmãos Rocha! (RS)
23h - Prot(o) (DF)
22h30 - NEM (GO)
22h - Rollin Chamas (GO)
21h30 - Flaming Moe (SP)
21h - Superoutro (PE)
20h30 - Suíte Super Luxo (DF)
20h - Señores (GO)
19h30 - Mob Ape (GO)

Sábado, 11/12
02h30 - Relespública (PR)
02h - Mustang (RJ)
01h30 - Devotos de Nossa Senhora Aparecida (SP)
01h - Resistentes (GO)
00h30 - Mechanics (GO)
00h - Pata de Elefante (RS)
23h30 - Astronautas (PE)
23h - Retrofoguetes (BA)
22h30 - Réu e Condenado (GO)
22h - Valv (MG)
21h30 - Faichecleres (PR)
21h - Necropsy Room (GO)
20h30 - Shakemakers (GO)2
0h - Terrorista da Palavra (GO)
19h30 - The Computers (GO)
19h - Skyfuzz (GO)

Domingo, 12/12
00h30 - Bidê ou Balde (RS)
00h - Cachorro Grande (RS)
23h30 - Detetives (SP)
23h - Valentina (GO)
22h30 - MQN (GO)
22h - Jumbo Elektro (SP)
21h30 - Tequila Baby (RS)
21h - Deceivers (DF)
20h30 - Barfly (GO)
20h - Daniel Belleza (SP)
19h30 - BillyGoat (RJ)
19h - Eletrola (PA)
18h30 - ZenTropa (GO)
18h - Lake (GO)

posted by Gabriela R. Almeida at 8:53 PM |

Matraca: ativar (parte 1)


Antes de começar a falar um monte de coisa sobre as bandas daqui e sobre como descobri o maravilhoso disco "In The Aeroplane Over The Sea", do Neutral Milk Hotel, depois de uns 2 meses de comprado e de uma audição rápida e desatenciosa, rapidamente resolvida com o advento de um fone foda, vou começar falando dos shows legais que vão acontecer nos prócimos 2 finais de semana:

SEXTA (19/11):
- Los Canos, The Honkers e Pã no Instituto de Geociências da UFBA (Ondina), só 3 pilas, a partir de 22h.- Theatro de Seraphin e Mr. Grieves no Calypso, 6 contos, 22:30, com discotecagem dos DJs Jupiter Cebola (Cebola, o próprio), e DJPrê (Thales)

DOMINGO (20/11):
- Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e brincando de deus no Tangolomango (Pituba), 18h, 7 reais de entrada e mais 5 de consumação.

QUINTA (25/11):
- Retrofoguetes e Guizzzmo no Teatro Sesi (Red River), 8 reais, 22h.

SÁBADO (27/11):
- Nação Zumbi, Barão Vermelho, Charlie Brown Jr e Márcio Mello no Wet'n'Wild, não sei preço nem horário. Creia no esforço que as pessoas terão que fazer para assistir Nação Zumbi...Espero que a ordem seja divulgada antes do show.
- Shaman e Malefactor no Rock in Rio, 22h, 15 reais.

DOMINGO (28/11):
- Los Canos, Sangria, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e Pitty na Concha Acústica, 5 da tarde, 15 reais (meia) e 30 (inteira).

posted by Gabriela R. Almeida at 8:50 PM |

Tirando o mofo

Bush é presidente de novo, eu não fui pro Tim Festival (e não morri*), o MC5 não vem mais pro Goiânia Noise, o disco do Retrofoguetes finalmente sai essa semana, o dos Cascaduras também, John Peel morreu, eu tirei o piercing e finalmente terminei de ler Como Ser Legal (não que uma coisa tenha a ver com a outra...), o Snoozer Clínio deu uma passada pela city e curtiu um final de semana loucura perde, rumores sobre New Order e Jesus and Mary Chain no Curitiba Pop Festival do ano que vem, depois de uns 20 dias eu volto a atualizar isso aqui e dessa vez prometo mais empenho.






* Caralho, isso é muito importante. Eu não morri por não ter ido ao Tim, mas me tornei uma pessoa um pouco menos feliz ao perceber que perdi a minha única oportunidade (provavelmente) de ver Kevin Shields tocando. To hell with FTC!

posted by Gabriela R. Almeida at 8:46 PM |

Punka 2004


The Honkers, um dos melhores shows do festival (Foto de Dolly)


Impressionante a organização do Punka. Ótimo espaço, ótimas bandas, bom público (especialmente no segundo dia, boa parte em função dos headliners Los Hermanos). O evento provou que é possível fazer um festival com boas bandas nordestinas, mesmo que não tenha sido possível contemplar todos os estados. A cena recifense indie pós-mangue foi representada pela Vamoz!, que fez um dos melhores shows do festival, junto com on Honkers e Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta no segundo dia, e Eloqüentes e Triste Fim de Rosilene no primeiro.
O que não faltou, aliás, foi apoio moral às bandas baianas. Uma comitiva de umas 40 pessoas de Salvador marcou presença no Punka. Foram jornalistas, músicos (Los Canos, A Grande Abóbora, Soma) e fãs que além de conferirem a bela performance de Ronei e dos Honkers, também reclamou em uníssimo por Salvador não ter nada nem parecido. Os Honkers fizeram o primeiro show com Bruno Carvalho assumindo as guitarras no lugar de PJ, e o público, formado em sua esmagadora maioria por adolescentes, foi ao delírio com a performance poser/exagerada/ensandecida/rock'n'roll de Rodrigo Chagas, que encarna o espírito do gênero musical mais politicamente incorreto do mundo como ninguém.
Apesar de não ter bebido água na bota nem ficado nu, ele subiu nos PAs do lado do palco e conseguiu tomar uma queda, ao dar um pulo e quebrar um pedaço do palco, que ficou com um buraco até o fim do show da banda, quando dois pratos quase foram destruídos num momento catártico e barulhento que marocu o fim da apresentação. Não foi à toa que Rodrigo deu até autógrafos no stand onde estavam sendo vendidos como água camisa e CDs da banda.
Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta também foram unanimidade, com um show impecável como sempre, que colheu elogios de Amarante e companhia "hermanística". Todo elogio que se faça à banda é pouco. Uma pena que eles não estejam tocando pra grandes públicos ainda, ou que as músicas não estejam tocando nas melhores rádios do país. Prefiro acreditar que é uma questão de tempo.
A veterana local Snooze veio logo depois, excelente pedida pra quem curte indie rock, noise, guitarrerias e melodia. Os caras estão com um single novo na praça, e depois de 10 anos ainda têm fôlego para fazer rock e tocar muito. Ótimo show.
Los Hermanos fecharam o festival com um show com repertório que mesclou músicas os 3 discos, com ênfase em Ventura, é claro, e no Bloco do Eu Sozinho. Um pouco burocrático, disseram alguns, mas provocando a já esperada comoção coletiva, com fãs alucinados cantabndo todas as músicas, sem exceção. Los Hermanos virou religião, pensei eu (o que se confirmou ao assistir o show de Salvador no domingo).
No primeiro dia, as bandas de HC deram o tom, com exceção da Eloqüentes, que mostrou um som com influências brit pop que lembrou um pouco a Brinde. Destaque para Triste Fim de Rosilene, formada por um pessoal bem novinho e uma vocalista mulher que impressionou a todos que assistiram o show.
Enfim, saldo super positivo, vontade de fazer algo parecido acontecer em Salvador, e ótimas impressões da educação e receptividade do povo sergipano, principalmente do pessoal da Nordeste Independente que estava por lá.

Mais informações e fotos em:

http://eittanoise.blogspot.com/ (do amigo Aldemi. Valeu por tudo!)
www.fotolog.net/eittanoise
www.fotolog.net/teenage_idol
www.fotolog.net/thehonkers


* Post originalmente publicado no dia 26 de outubro

posted by Gabriela R. Almeida at 8:25 PM |


Todo mundo já sabe que virou moda misturar samba com qualquer coisa (principalmente com rock, mas também com pop, dub e drum'n'bass) e achar que isso é muito vanguardista, depois que o Los Hermanos o fez com tanta competência. E, no meio de uma profusão de bandas/artistas investindo todas as fichas no estilo, é de se louvar quem o faz com competência.
Esse é o caso de Nervoso, veterano da cena independente carioca, ex-Matanza, Beach Lizzards e Acabou La Tequila, que no ano passado começou um trabalho solo assumindo os vocais e guitarra de uma formação que tem ainda Robério Catelani na bateria, Kiko Ramos no baixo, Benjão na guitarra, Alberto nas teclas e vozes e Marcelo Magdaleno no sax e vozes também.
"Saudade das Minhas Lembranças", lançado pelo selo carioca midsummer madness, é o primeiro disco solo dele, e sucede o EP "Personalidade", que já dava uma idéia do que vinha pela frente. Todo gravado apenas por Nervoso e Marcelo Callado na bateria, "Personalidade" tem uma das capas mais legais de discos independentes lançados recentemente.
Dizer que se trata apenas de mais um artista que segue os passos dos barbudos cariocas é, no mínimo, injusto. Nervoso não faz o menor esforço para soar moderninho em suas misturas competentes que inevitavelmente seguem uma tendência bastante atual. Ele não quer soar cool. Muito pelo contrário, a cada que faixa que passa, o que se ouve é um som mais e mais retrô.
Longe de apresentar um amontoado de referências apenas despejadas e pouco trabalhadas, e embora ecos dos barbudos cariocas possam realmente ser notados, várias outras referências são latentes. O disco todo é bem brasileiro, mas sem soar regionalista. E isso conta muito em favor de Nervoso, porque bandas boas e competentes surgem aos montes, mas poucas conseguem o feito de evitar soar repetitivas, o que é excessivamente comum no indie rock nacional. O que se tem aos montes são bandas com excessivamente regionalistas, ou outras muito semelhantes a milhares de outras, nacionais e internacionais, que chegam a nós aos montes.
As referências remetem a tempos bem mais remotos, à jovem guarda, à MPB, ao samba e ao rock gaúcho, principalmente nos vocais à la Wander Wildner. Outra semelhança com Wander Wildner são as letras, excessivamente românticas, apaixonadas, exageradas, lamuriosas de alguém que parece cantar com o coração realmente partido. Um Wander Wildner mais amargurado, como os próprios títulos das músicas sugerem (Já Desmanchei Minha Relação e Despedida Sem Fim)."Saudade das Minhas Lembranças" é um disco rock. É, o samba está presente, e a bateria está lá para nos lembrar disso todo o tempo. Nervoso alterna momentos de peso e guitarras poderosas com outros em que dá até vontade de bater palma. Só não dá para abrir uma roda porque esse samba daqui não é assim, digamos, tão "alegre".
A faixa "Não Quero Dar Explicação" é aberta pelo poeta Chacal, que recita o texto Latas Vazias. O disco conta ainda com as participações de Gabriel Thomaz, do Autoramas, na faixa "Clube da Luta", e Rodrigo Amarante (sim, ele mesmo, do Los Hermanos), em "Mais Justo". O refrão de "Já Desmanchei Minha Relação" poderia ter sido extraído de um disco de Roberto Carlos, é a faixa mais jovem guarda do disco. "O Percurso", por sua vez, é para ser ouvida quando se está bêbado, e de preferência numa dor de cotovelo. Melhor ainda, no volume máximo, dentro do carro, naqueles momentos em que se tenta cantar mais alto que o volume do som, não importando em que altura ele esteja. Dá vontade de sair gritando o refrão, pensando na pessoa que te deixou na merda.
E, bem sabendo que a saída não é fazer as coisas de qualquer jeito só porque um disco representa mais possibilidades de divulgação (erro grave cometido por muitas bandas, mas caminho inevitável em tempos de tantas facilidades promovidas pela tecnologia e diminuição dos custos para se gravar algo), Nervoso cuidou muito bem de tudo. A arte do disco é primorosa, cuidada. O disco é bem produzido e, independentemente de se gostar ou não do som, dá orgulho de ter e vontade de sair mostrando a todo mundo.

posted by Gabriela R. Almeida at 8:19 PM |

É a Bahia na fita!

Depois de se apresentar no Faustão no último domingo, com direito e homenagem do povo do rock daqui dando depoimentos e tudo (já tinha sido convidada anteriormente, mas se recusou a fazer playback), Pitty levou pra casa ontem o prêmio mais importante do Video Music Brasil, o de escolha da audiência, com o clipe de Admirável Chip Novo. É, ela concorria com outros 19 artistas, entre eles Br'oz, Rouge, Capital Inicial, O Rappa, e outras coisas ultra populares e venceu a categoria mais esperada da noite. Pitty ganhou também o prêmio de Melhor Videoclipe de Rock, por Equalize, entregue por João Gordo e a esposa.O maior mérito do VMB este ano foram as jams loucas. Ao invés de apenas 3 ou 4 bandas tocarem durante o evento, a MTV optou por promover encontros inusitados, como o de Zeca Pagodinho com Marcelo D2, B Negão, Daniela Mercury, Mart'nália, Wanessa Camargo e mais um monte de gente para cantar o sambinha "Verdade". O melhor da noite foi o do Skank com os Replicantes, que tocaram primeiro Surfista Calhorda e logo em seguida I Wanna Be Sedated, dos Ramones. Sensacional. Teve também a Frente Urbana de Trabalhos Organizados (F.U.R.T.O), banda nova de Marcelo Yuka, fez a sua estréia nos palcos lá no VMB. O último show foi o mais "eclético", reunindo Pitty, alguns integrantes do Matanza, do CPM 22, Jota Quest e Capital Inicial fazendo cover de Rock and Roll All Night, do Kiss (não tenho certeza se o nome da música é esse, mas dá pra saber que música é). Rock no talo, pra encerrar muito bem a noite que deixou os baianos felizes. Até a MTV tá apostando tudo no independente, dando esse ano um destaque inédito ao gênero, premiando Ludov, Dead Fish, e com nomes como Wander Wildner e Matanza tocando. Ah, todo mundo homenageou Tom Capone.

* Post originalmente publicado no dia 6 de outubro

posted by Gabriela R. Almeida at 8:17 PM |

Tosqueira style of life

A banda de que todos estão falando no momento em Salvador é a Cissa Guimarães. Divertida, sem noção, uma das coisas mais toscas que eu já ouvi. É um punk/HC bizarro, totalmente freak. Eles usam vários samplers (não autorizados, obviamente), de Júlio Nascimento (um cantor ultra brega de seresta), Amado Batista (Secretária), e mais um monte de música conhecida. Só pra ter uma idéia, "We are the world" enfeita o fim de uma música chamada "Acm é amor". Ah, no release eles se apresentam como uma banda que se propõe a tocar o "mais puro" reggae...

Alguns trechos das letras:

"Eu sou da juventude dourada aos sábados no show de raggae no Rock in Rio. Eu dou umas baforadas, afinal, eu também sei ser do mal. Eu fumo Gudang e sou do mal no Rock in Rio."

“Quando ela passa Marivaldo faz psiu, e a chama de princesa. É o cobrador do Lapa – Boca do Rio, seu bigodinho é safadeza. Maravilhosa, você caiu do céu. E Craudilene dá uma risadinha. Mas Marivaldo é abominado pela orgulhosa patricinha. Meu bem eu te amo tanto, vamo morar em Castelo Branco. Marivaldo, o abominável homem da Tancredo Neves. Só Jesus Salva.Viva a fogueira santa de Israel.”

“Eu não acredito na estampa comunista que custa 50 conto à vista”

“Quando eu bebo muito eu queixo as feias, as banguelas, as que não se depilam. Elas não desfilam no Aeroclube. Porque será que elas usam meia no joelho? Será que estão indo bater o baba?”

"greice tatianny, vi seu nome escrito no fundo de uma camisa do terceiro ano do colegio central, em pleno buzu lapa alto do coqueirinho"

MP3 disponíveis no www.bahiarock.com.br ou no www.tramavirtual.com.br/cissa

* Post originalmente publicado no dia 23 de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 8:09 PM |


Essas são algumas das várias boas opções pro fim de semana, algumas delas gratuitas:

SEXTA:
Nancyta e os Grazzers + DJ Mauro Telefunksoul no Tapioca, R$ 7,00 - 23hs (pra ir antes da Boogie Night)

SÁBADO:
Partido Alto e Enquanto Isso no Nhô Caldos, grátis também - 22hs (pra ir depois do Berinjela!)
Vinil 69 e Leite de Rosas no Calypso, R$ 3,00 - 22hs
Superfly e Automata no Rock in Rio, R$ 15,00 - 22hs

DOMINGO:
Retrofoguetes no Calypso, R$ 6,00 - 16hs (Censura livre, dá pra levar a creche)
Soma e Orange Poem no Tangolomango, R$ 6,00 - 18hs

posted by Gabriela R. Almeida at 8:07 PM |



posted by Gabriela R. Almeida at 8:06 PM |

Pra quando o finde chegar

SEXTA-FEIRA:
Little Bell For Sing, Movidos a Álcool e Lobo Guará no Clube de Engenharia, 22h, R$ 5,00
Enquanto Isso e Diva no Calypso, 23h, R$ 6,00

SÁBADO:
Koyotes e Mr. Grieves, Calypso, R$ 6,00
The Honkers e Lou, Porão da Barra, R$ 5,00 (sem consumação)

DOMINGO:
Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e Belasco (CE), Tangolomango, 18h, R$ 5,00 (IMPERDÍVEL!)

* Post originalmente publicado no dia 14 de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 8:03 PM |

These Will Be The Best Days Of My Life*

Escalação completa do TIM Festival, que acontece nos dias 5, 6 e 7 de novembro no Jockey Club, em São Paulo.

DIA 5
Palco Club
Chico Pinheiro / Brad Melhdau / Nancy Wilson

Palco Stage
The residents / Kraftwerk

Palco Lab
F.U.R.T.O. / Kinky / Panjabi-MC

Palco After-Hours
DJ Mau Mau / Pet Shop Boys

DIA 6
Palco Club
Mahogany Trio / David Sanchez / Branford Marsalis

Palco Stage
Picassos Falsos / P.J. Harvey / Primal Scream

Palco Lab
Kings of Convenience / Bebel Gilberto

Palco After-Hours
De Leve / Digital Dub / Bumba beat / stone love

DIA 7
Palco Club
Dave Holland / Birelli Lagrene / Art Van Dame

Palco Stage
A Night with Brian Wilson

Palco Lab
Grenade / Soulwax / The Libertines / The Mars Volta

Palco After-Hours
Cansei de Ser Sexy / 2ManyDJs

* Se eu tiver dinheiro

* Post originalmente publicado no dia 14 de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 8:00 PM |

O show do Retrofoguetes sexta-feira ou a fantástica estréia da dupla Johnnie Walker & Jack Daniels*


Esse é o singelo set do Retrofoguetes, com 38 músicas (fora os covers de última hora e as músicas que os bebuns pedem).


Parece repetitivo demais, eu sei, mas não há outra forma de descrever os cada vez melhores shows do Retrofoguetes: fantástico, simplesmente. Do caralho, de fuder, ou como prefiram. É, não em como relativizar quando se dança tanto, se diverte tanto, ouve um som tão bom e assiste à performance da melhor banda "on stage"da cidade.
Como sempre, o show da última sexta-feira no Tapioca começou com Surf-O-Matic, Morotó (que foi rebatizado de "Mocotó" num mini show que eles fizeram na FTC na véspera), Rex e CH tocaram umas 40 músicas, com direito aos covers de sempre (Quizás transformada num bolero descarado de brega, os temas do Robô Gigante, de Hawaii 5.0, Night of Excess). Teve a já tradicional participação de Dona Nancy cantando These Boots Are Made For Walking, Sloop John B, Taxman (um cover que eles incluíram mais recentemente no repertório), mais ainda assim as surpresas estavam reservadas.
Misirlou, de Pulp Fiction, com trompete tocado por Pochat (ex-Cascadura) duas vezes (isso mesmo, rolou novamente no bis), a galera lá embaixo dando os gritinhos, Rex tocando Invasion of the Body Snatchers em pé, como nos tempos áureos do Dead Billies, em homenagem ao avô, que morreu exatamente um ano antes e era um dos maiores incentivadores da banda.
Ah, um dos momentos altos foi Morotó tocando Blue Moon com uma guitarra havaiana feita por ele mesmo. Apesar das advertências de Rex sobre o que poderia vir daquela invenção inusitada, o que se pôde ouvir foi uma ótima execução, com Morotó tocando sentado e a guitarra deitada no colo dele.
Depois da destruição no Tapioca, ainda restou energia para curtir o fim da festa do Rockloco dançar até depois das 5 da manhã. Purpurina, máscaras, lantejoula, gente doida, um som muito bom, com vários clássicos dos anos 80 by Braminha e música brasileira + rock atualíssimo by Luciano Matos. De Sonic Youth a Sérgio Sampaio.
Outra boa notícia foi a de que o Nhô Caldos, também no Rio verelho, estava cheião. Rolou show da banda Cissa Guimarães de graça. Soube que não deu pra quem quis. Três espaços diferentes, sendo um deles fora do circuito Rio Vermelho, os três cheios de gente atrás do rock em uma única noite. Tomara que seja sinal de bons tempos.

* Piada interna.

* Post originalmente publicado no dia 13 de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 7:56 PM |

Nada melhor do que começar a semana com uma night ROCK!

Festinha lôca no Tapioca segunda-feira. The Honkers e Automata. Como o pit stop no Póstudo era inevitável, acabei perdendo o show do Autmata, e chegando no iniciozinho do show dos Honkers. Mais uma vez, uma certa desconfiança com relação ao poder de fogo de uma festa com bandas de rock acontecendo em um lugar que não é "o" lugar do rock. E, pela segunda vez, uma grata surpresa: não ficou devendo nada às nights mais do que memoráveis do velho Colapso. Os Honkers tocaram o set já conhecido, com Pretty Punk Girl, os covers do disco "Underground music for underground people covered by one undeground band". Teve direito até à candidata a hit "Plane Crash", que nem parece que é cover, tamanha a exaltação das pessoas ao ouvir os primeiros acordes. Ao fim, várias belas surpresas, quando começou a sessão cover-mangue. É o momento em que o público, generalizando, já está bêbado e surtando, e começa a pedir para a banda tocar tudo quanto é coisa - de Pixies a Ramones. A essa altura, o palco já estava tomado de gente, Rodrigo Chagas estava sem camisa (desta vez não tirou todo o resto), uma galera estava tocando (dois Rewinders e mais alguns caras que eu nem conhecia), e rolou I Wanna Be Sedated (Ramones), Last Nite e Take or Leave It (Strokes), Here Comes Your Man (Pixies) e, num final mais do que apoteótico, com um monte de gente entulhada, deitada, sentada, pulando em cima do palco, I Wanna Be Your Dog (Stooges). Memorável, divertido, muito bom. É, uma semana sem rock e já dá nisso. Saudades e deslumbramento com as performances poser, o barulho e a minha própria capacidade de, a cada vez que presencio uma cena assim, me encantar com isso.

* Post originalmente publicado no dia 8 de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 7:54 PM |

Bob Dylan, Beatles e a maconha

Excelente matéria de Alexandre Matias para a Folha de São Paulo. Matias é o melhor crítico/escritor no universo da música e da cultura pop nacionais. Observador dos mais perspicazes, ele articula perfeitamente as idéias e impressões de um monte de gente que ama tanto a cultura pop quanto ele. Sim, mas eu não estou aqui pra ficar rasgando seda pro cara, e sim pra passar o link:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u47013.shtml

Trabalho Sujo ("Habitat natural" de Alexandre Matias):

http://gardenal.org/trabalhosujo/Vale a pena ler TUDO, embora eu ache quase impossível...

* Post originalmente publicado no dia 3 de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 7:49 PM |

Gone

O Brasil perdeu um dos seus mais sérios, competentes e talentosos produtores musicais, Tom Capone. Ele esteve em Los Angeles nos últimos dias para participar da entrega do Grammy (ganhou 3 dos 5 prêmios a que foi indicado), e morreu na saída da festa pós-Grammy, num acidente de moto. Ele era casado com Constança, ex-Penélope, que tocou flauta no disco novo de Wander Wildner (produzido por Capone), e é da Bahia. Eles têm um filho de apenas 1 mês e meio, Bento Gonçalves, para quem há até comunidade no Orkut.
Uma pena mesmo, porque além de competente, Tom Capone transitava sem maiores crises existenciais ou e sem criar questões indissolúveis entre o independente e o mainstream, produzindo de Kelly Jey a Wander Wildner, além de ser uma espécie de "coordenador de casting" da Warner Music. A cena musical brasileira perde "o" cara, um dos nomes mais influentes do pop dos anos 90 pra cá.O cara viveu o ápice e o fim em apenas uma noite. Sai da consagração total, já que é o brasileiro recordista em indicações do Grammy Latino (cinco na premiação desse ano) para a morte, horas depois.
Ele assina a produção do disco de Maria Rita, um dos maiores sucessos comerciais de um ano para cá, além d'O Rappa, Gilberto Gil, Skank, Frejat, Natiruts (eu sei que é uma bosta, mas o cara fez MUITA coisa boa também!).

* Post originalmente publicado no dia 3 de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 7:48 PM |

Agora fudeu!

É... além de Primal Scream, Kraftwerk, Dizzie Rascal e tudo mais que estava anunciado para o Tim Festival, eis que hoje fico sabendo que Brian Wilson também vem. Feliz de quem tem disponibilidade de tempo e dinheiro para correr atrás de tudo o que de bom vai acontecer no Brasil até o fim do ano, especialmente em novembro.Agora, é esperar a programação definitiva do Goiânia Noise para ter uma síncope logo de uma vez.

* Post originalmente publicado no dia 1º de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 7:46 PM |

Próximas duas semanas

* IMPORTANTE *

- Dia 3 (próxima sexta), tem festinha no Calypso com as bandas Demoiselle e Starla. Não conheço nenhuma das duas, mas recomendo imensamente a festa, porque vai rolar exibição de curtas de alunos da FACOM, FTC e UCSAL. Os Oxiuros estarão lá, e eu não perderia o Capitão Cometo de jeito nenhum... (http://www.oxiurosfilmes.com.br/ - alguns dos filmes trash mais impagáveis que eu já vi - MUITO BOM!!)

- Dia 4 (sábado agora), tem Theatro de Seraphin (excelente!) e Sangria (banda nova, de Pedro Bó, Apu, Bola e Mauro)

- Dia 6 (segunda-feira), véspera de feriado, tem Honkers e Automata no Tapioca (Boulevard 161)

- Dia 11 (sexta-feira da semana que vem), tem Retrofoguetes novamente, também no Tapioca -IMPERDÍVEL

- Dia 12 (sábado) tem Tritor e Zambotronic (não tenho certeza se na Católica ou no Clube de Engenharia)Que eu lembre agora é só!

* Post originalmente publicado no dia 1º de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 7:43 PM |

Not that late reviews

A última sexta-feira foi bastante movimentada em Salvador, com vários shows acontecendo. A maratona começaria no Sesi, com Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e Guizzzmo, se Paloma não tivesse vendido meu ingresso antes do show sabe Deus por que motivo.
Perdi um bom show, mas nada que abalasse a confiança no que viria pela frente, afinal, os Retrofoguetes são sempre os Retrofoguetes, e não existe festa mais ou menos quando eles estão tocando.
A Festa 3, no Idearium, teve, além dos Retros, Rogério (big), Roger, Bruno Aziz, Bandido, Hum e Mário Sartorello (que tocou sax no show de Ronei antes da festa) discotecando. Tinha som pra todos os gostos (rock, indie rock, samba rock e música brasileira, hip hop/rap), o que garantiu gente animada e dançando até depois das 5 da manhã.
O show do Retrofoguetes começou lá pelas 2 e meia da manhã e... ah, que saudades! Quase 3 meses sem um show da banda deu para sentir falta mesmo. Nenhuma banda é tão incendiária e explosiva como o Retrofoguetes, nem faz shows tão animados. Não que não existam bandas tão boas quanto, mas a energia no show dos Retros é diferente. O Idearium tava bem cheio, todo mundo se acabou com o set já tradicional, com Surf-O-Matic começando o show, como sempre, e os covers conhecidos (tema do Robô Gigante, These Boots Are Made For Walking, Lee Hazlewood por Nancy Sinatra - na versão do Retro com Nancyta nos vocais, Sloop John B, Beach Boys), e outros novos, executados pela primeira vez em show. Até Beatles rolou. Teve ainda a clássica faixa 1 da trilha de Pulp Fiction, e Dead Billies, como sempre um dos melhores momentos da noite. Depois de muita insistência de algumas pessoas (inclusive eu, devo confessar), Invasion of the body snatchers deixou um pouco mais feliz a noite de umas 300 almas. É, ouvir Dead Billies é sempre muito bom. Depois do show, que só foi acabar depois das 4 e meia, Mário Sartorello botou um set só de música brasileira no terraço do Idearium, e botou pra dançar muita gente que viu o dia amanhecer olhando o mar do Red River.

* Post originalmente publicado no dia 1º de setembro

posted by Gabriela R. Almeida at 7:42 PM |

Late reviews

Bom, tudo bem que tá meio atrasado, mas acho que ainda dá pra falar do Domenica Pop. Como era uma iniciativa de um grande amigo, que tembom gosto (fora querer me empurrar güela abaixo umas coisas regionais que eu definitivamente não curto), trabalha sério e pediu meus DVDS emprestados para passar lá, eu já iria conferir de qualquer jeito, e com as melhores expectativas. E a parceira dele na empreitada de produção é Greice, sempre atenciosa, antenada, educada e, sobretudo, dedicada à produção/divulgação de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta. Então, só poderia vir coisa boa. E foi. Ótima iniciativa a de explorar um espaço que aos poucos está começando a "se abrir" para o rock, o Tangolomango, na Pituba. Amplo, arejado, com lugar para sentar, além de um bar organizado, e janelas providenciais para que ninguém morra de calor, o Tangolomango já abrigou shows da Little Bell For Sing e atualmente também é palco de um projeto do pessoal da banda Orange Poem, que eu não conheço ainda, chamado Agente Laranja. É também uma forma de fugir um pouco do circuito Rio Vermelho, cada vez mais carente de bons espaços, e com espaços já "tradicionais" que nem sempre dão conta do recado, apesar de estarem no coração de todo o mundo que freqüenta o rock, como o nosso amado Calypso (KY, Calixo, Colapso - cada um tem um jeito "carinhoso" de chamá-lo).

Sobre os shows, não cheguei a tempo de assistir a Partido Alto. A Soma e a Brinde fizeram bons shows. Apesar de eu não ser a maior fã nem de uma, nem da outra, senti que essa dobradinha, que não acontecia há algum tempo, estava fazendo falta. Com cada vez mais punch, as duas bandas definitivamente não devem nada a outras ótimas bandas daqui, e quiçá nacionais. A Brinde tem feito uma boa "campanha" fora da Bahia, com participação em alguns festivais, disco sendo lançado pela Monstro e elogios por ai. A Soma, a cada show, mostra que os períodos de "resguardo" têm feito muito bem aos músicos. Que venha o disco também.

Ah, o próximo Domenica Pop, se não me engano, acontece no dia 19 de setembro, e quem toca é Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta.

* Post originalmente publicado no dia 1º de setembro


posted by Gabriela R. Almeida at 7:40 PM |

Alguém me arrume um curso...

...que ensine a ganhar muito dinheiro rápido, sem ser com a famigerada atividade mais antiga do mundo!!

- Strokes no Brasil esse ano, ou no máximo no início do próximo, segundo seu Lúcio Ribeiro (www.folha.com.br/pensata), que entrevistou Fab Moretti na Inglaterra, quando foi cobrir o V Festival (Pixies, Strokes, Primal Scream, Snow Patrol, entre outras coisas). Que vida difícil.

- Primal Scream confirmado para o TIM Festival,lá pra outubro ou novembro, que traz também 2ManyDJs, Dizzie Rascall, Kinky e o ótimo Kraftwerk.

- Goiânia Noise com grade ainda em aberto, mas rumores/boatos que dão conta dos Cramps, MC5 e até um revival do Dead Billies.

* Post originalmente publicado no dia 25 de agosto

posted by Gabriela R. Almeida at 7:37 PM |

Eu no Rock Loco

Depois de sobreviver ao Rock Loco, é hora de contar a experiência. Hehehehehe. Até que não doeu. Ronei Jorge e Luciano Matos pegaram leve comigo, com exceção do fato de insistirem em me chamar de indie, do Cabra Cega, que tinham me prometido que não ia rolar, e da sabatina no final, quando perguntaram, entre outras coisas, quem era o homem mais feio do rock baiano. Well, não respondi, por motivos éticos. Disse que achava Zé Ramalho pior do que Thom Yorke, e só. No Cabra Cega Luciano botou Treblinka, e eu acertei!! Não conhecia a música, mas pelas dicas e pelo vocal deu pra dar uma dentro.
No mais, eles tocaram meu set lindo de covers e mais umas musiquinhas extras que eu levei, de "bandas que só Gabriela conhece", segundo Ronei.Pena que a Primavera FM tem alcance limitado. Rock Loco é o canal!! 103,5, das 20 às 22, de terça a sexta. cada dia com uma dupla diferente apresentando. Luciano ainda não postou no blog do programa (rockloco.blogspot.com) o set completo de ontem, mas lembro que teve Gang of Four, 13 Floor Elevator, Mike Patton, Inkoma, Adcional, Lisergia (eu acho), Radiohead, e mais um monte de coisas.
O meu mini set foi:

COVERS:
A New Found Glory - That Thing You Do (da trilha do filme The Wonders - O Sonho Não Acabou)
Mrs. Robinson – Lemonheads (Paul Simon e Art Garfunkel)
Los Fabulosos Cadillacs + Debbie Harry – Strawberry Fields Forever (Beatles)
Nouvelle Vague – Love Will tear Us Apart (do maravilhoso Joy Division)

NÃO COVERS:
Yukon & You – Marxist Christmas
Say Hi To Your Mom – Let’s Talk About Spaceships
The Magnetic Fields – I Think I Need a New Heart
The Jesus and Mary Chain – Your Trip Me Up

Levei ainda Violent Femmes (Tema dos Jetsons), Yo La Tengo (Sugarcubes), mas não tempo de tocar. Era pra ter rolado Sonic Youth tocando Superstar, dos Carpenters, que é a minha pequena obsessão no momento. Mas Luciano esqueceu de levar o disco, que é o If I Were a Carpenter, só de covers da bandinha de dona Karen.

* Post originalmente publicado no dia 25 de agosto

posted by Gabriela R. Almeida at 7:35 PM |

A melhor banda de todos os tempos da última semana...

...pra mim não é Franz Ferdinand, nem Libertines (que eu adoro), muito menos The Killers. É Say Hi To Your Mom. Um amigo me mandou uma música, Let's Talk About The Spaceships, e eu simplesmente adorei. Indie pop fofinho dos melhores, com vocais fantásticos, tudo muito lindjo. Ouço compulsivamente todos os dias, tipo o que aconteceu com a versão do Sonic Youth pra Superstar, dos Carpenters, nas duas semanas que sucederam a compra do DVD Corporate Ghost. Como normalmente acontece, comecei a minha saga atrás de informações e outras músicas da banda pela Internet, e o único sacana que tinha todas as faixas de um dos discos dos caras me kickava o tempo todo... No site, o download de músicas é pago, e quase não há informação sobre a banda. Bem coisa de banda indie mesmo. Indie ortodoxo dos piores, com discurso "tô nem ai pra porra nenhuma", "os fãs que se fodam", "a gente nem é banda de verdade, como alguém pode gostar?", essas coisas de quem fica na defensiva e solta esse discurso/escudo covarde pra se livrar das críticas. O endereço é www.sayhitoyourmom.com. Das poucas coisas que descobri, uma é que a banda é do Brooklyn, NYC, e que o vocalista é crítico de música, mas assina com pseudônimo e diz que não revela esse pseudônimo de jeito nenhum.
Essa postura indie é irritante, mas o som é bom D E M A I S. Whatever, vou continuar procurando.

* Post originalmente publicado no dia 19 de agosto

posted by Gabriela R. Almeida at 7:34 PM |

Passeios na noite da cidade onde ninguém está a passeio...

Passei o último final de semana em São Paulo, e aproveitei para ver uns shows, claro. Na sexta-feira, teve a festa da Dynamite na Outs, uma casa noturna que fica na Rua Augusta. È um galpão, na verdade, com palco embaixo e uma pista em cima. Existiam outras opções. Borderlinerz na Funhouse e mais umas 3 festinhas que prometiam “bombar” (Oh termo que eu odeio!!) – e eu posso até ter escolhido a errada... Enfim, na Outs, 4 bandas e mais 2 DJs, mulher free a noite toda (sem entrada nem consumação), e estava vazio – bem vazio.
Note-se: não estava chovendo e o frio da semana anterior não passava nem perto. Nenhum fenômeno “climático” que pudesse fazer as pessoas desistirem de sair. O lugar tem capacidade para 600 pessoas, mas acredito que o público não passava de 250, no máximo 300 pessoas, sendo muito otimista. Os shows foram curtos (até a parte que eu fiquei, porque começou muito tarde e só assisti as 2 primeiras bandas), e muita gente foi pra pista, deixando a parte do palco mais vazia ainda. A menina que estava discotecando era ótima, rolou Libertines, Strokes, Franz Ferdinand e todas as melhores bandas dos últimos tempos da última semana possíveis e imagináveis.No sábado, teve Autoramas e Ludov, Forgotten Boys, Thee Butcher’s Orchestra e Los Sebozos, o projeto de alguns integrantes da Nação Zumbi que resolveram tocar só Jorge Ben. Não fui pra nenhum.
Domingo, a caravana dos baianos em São Paulo vai assistir Júpiter Maçã e Os Abimonistas no Avenida Club. Festa marcada pra cedinho (20hs, os shows começaram umas 21hs), 2 DJs, um lugar do caralho, gente legal, som legal, só não sei se tinha cerveja barata, porque não sou adepta da loura gelada. Vazio, novamente... Nesse caso o preço pode ter pesado. O ingresso custava 20 reais, mas qualquer um praticamente podia pagar 10. Recebi umas 15 mensagens no Orkut, enviadas para todas as comunidades possíveis e imagináveis, oferecendo pra colocar o nome na “lista” e pagar 10 pilas.
Nunca tinha ouvido falar dessa banda Os Abimonistas. Quando o vocalista abriu a boca, os integrantes da caravana dos baianos todos se olharam. Um soltou: caralho, parece muito com Ronei. A outra: esse cara ouviu muito Saci Tric. E eu: é porque vocês ainda não ouviram Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta. O som tem semelhanças marcantes, mas o que impressionou mesmo foi o vocalista (tanto a voz quando a performance). Bom show, boas músicas e letras bem humoradas. Júpiter Maçã (isso mesmo, Maçã) foi a loucura de sempre, e no show, do lado das caixas, ouvindo o som no talo, tudo soou muito mais psicodélico do que nos discos. Teve direito aos clássicos (Querida Superhist, Um Lugar do Caralho), e músicas mais novas, de singles recentes e que vão entrar no próximo disco (não lembro o nome de nenhuma agora). O show que eu e Luciano vimos em Curitiba (no RG Festival, começando às 6 e meia da manhã) foi beeeeeeeem melhor, mas valeu muito, de qualquer forma.
No domingo ainda teve o Street Rock, com Borderlinerz, Forgotten Boys e mais outras bandas na rua e de graça. Mas nessa hora eu tava dando um rolé nas ruas e galerias entupidas da Liberdade, e acabei esquecendo de ir.Ah, a passagem da Los Canos por São Paulo ainda rendia comentários!!

* Post originalmente publicado no dia 5 de agosto

posted by Gabriela R. Almeida at 7:30 PM |

A Theatro de Seraphin fez um show excelente ontem na matiné da São Rock. A abertura ficou por conta dos Koyotes, que tem Tony Lopes (da São Rock) na bateria. Depois, mini show de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, que tocaram poucas músicas. Interessante ver que a banda já tem um coro respeitável. A Theatro de Seraphin fez o show mais longo que vi até agora, muito bom. Duas guitarras destruidoras, e Arthur Ribeiro nos vocais "saindo de cena" pra fumar um cigarro quando rolavam os solos. Guitar band das melhores, é meio injusto classificar a Theatro de Seraphin como uma banda indie. Não pelo som, mas pela idéia que existe, principalmente em Salvador, de que indie é sinônimo de shoegazer e rock triste, melancólico. Theatro de Seraphin tem muito punch pra ficar dentro desse rótulo. O show teve direito a vários bis e platéia inflamada - o público ontem estava meio apático, aparentemente com menos energia. O bom é que isso quase sempre significa que as pessoas estão assistindo o show, voltando suas atenções para o som. É que o "esquema-Calypso-toca-Raul" pode funcionar muito bem para determinadas bandas, mas não para bandas como Ronei Jorge e Theatro de Seraphin. Ah, adoro o Calypso, normalmente não me divirto em outros lugares tanto quanto me divirto lá. Vi e ouvi coisas maravilhosas lá, assisti ótimos shows. Nada contra MESMO, não quero ser mal interpretada. O problema é quando o "espírito do rock" fala mais alto do que a paixão pela música, o que não é difícil de acontecer lá dentro... Digavações à parte, o show da Theatro de Seraphin foi devidamente registrado por Thiago, sempre tirando as melhores fotos, e Clarinha, de 9 anos, que gravou tudo com uma mini DV que eu levei. Pra quem nunca tinha pegado numa câmera e para a idade que tem, ela até que não fez feio. E o melhor, ela adorou a brincadeira. Mais uma alma abduzida pelo rock - esse foi o quarto show que ela assistiu.

* Post originalmente publicado no dia 25 de Julho.

posted by Gabriela R. Almeida at 7:20 PM |

Mais um fim de semana matador

É, parece que tá na hora se ser tão otimista quanto o grande amigo Luciano Matos. As coisas estão acontecendo, e como diz ele, só não ver quem não quer. Mais um final de semana rock, e é uma pena que o show de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta no Pelourinho tenha sido cancelado, porque completaria da melhor forma possível esse finde. Sexta-feira, mais uma apresentação de Marco Butcher na cidade, desta vez no minúsculo espaço na São Rock 2. Mesma coisa, basicamente. Primeiro ele tocando só, com o bumbo e a guitarra, depois com a participação de Morotó e, ao fim, a apoteótica presença de Glauber (que pra mim vai ser sempre Mosckabilly). Mais uma vez, rolou Dead Billies - e desta vez eles tocaram uma das minhas músicas preferidas, Vampire. É claro que o povo surtou na São Rock, todo espremido. Uma pena que eu tenha lembrado de pegar a câmera, que estava no meu carro, já do meio pro fim da música. Mesmo assim, deu para registrar umas coisas bem interessantes, e mais underground/garagem impossível. Tudo em nightshot, porque não tinha luz nenhuma, muito de perto, com gente pulando na frente e se batendo, as imagens tremendo.... Mas valeu muito a pena.
Domingo, Los Canos, Honkers e Marco Butcher, só que no Porão Underground, na Barra. O som não tava dos melhres, deu problema no microfone no show da Los Canos, mas tudo foi resolvido. depois da Los Canos, Marco tocou sozinho (novamente bumbo e guitarra), a Honkers começou a tocar e fez um show melhor do que a maioria parecia estar esperando. Com a energia de sempre, Rodrigo Chagas até que se comportou. Alguns dos melhores momentos foram This is an old world e Plane Crash, essa última cover dos Purple Hearts.
Depois dos Honkers, Marco tocou de novo, com os "açougueiros" Morotó e Dimmy (batera dos Honkers), e o Porão já estava mais vazio, o que foi até bom. Só ficaram mesmo as pessoas que estavam muito a fim de ouvir o som e, é claro, esperar Moscka cantar. O lugar estava muito cheio mais cedo, e com um monte de gente que pela cara tava odiando o som, mas foi porque acha que é muito cool dizer que curte o Thee Butcher's Orchestra. Aposto que muitos nunca ouviram falar até o cara aparecer para tocar aqui, e que metade ali ou mais nunca tinha ouvido nada da banda.
She Said é imbatível, e os covers também foram fantásticos, com destaque de novo pra You Really Got Me, do Kinks. Moscka cantou umas 10 músicas ou mais, com uma energia fantástica, parecendo satisfeito e deixando claro que quer voltar pro rock. Rolou Dead Billies sim, I Can't Help Myself... execudada meio toscamente, mas ótimo do mesmo jeito. Dead Billies faz parte da formação de muita gente, inclusive da minha, apesar de eu não ter acompanhado tanto a banda enquanto ela ainda existia (coisa de que me lamento até hoje, inclusive...). Ah, Brust (Honkers) tocando é igual a Thurston Moore.

* Post originalmente publicado no dia 19 de julho

posted by Gabriela R. Almeida at 7:19 PM |

Ontem rolou um show foda aqui em Salvador, Marco Butcher e os açougueiros (Dimmy Drummer, baterista dos Honkers, e Morotó, ex-Dead Billies). Primeiro Marco tocou sozinho, só com a guitarra e um bumbo.
Depois, começou a parte mais rock da festa, quando ele começou a tocar com Dimmy e Morotó. Lá pelas tantas ele chamou Mosckabilly (ex vocalista do Dead Billies, que hoje atende por Glauber) pra cantar e rolou de tudo. Quando começou a tocar Cramps foi foda, o velho Calypso cansado de guerra cheião e com aquele calor característicos veio abaixo.
Nessa hora, Rex (ex baterista do Dead Billies) já tinha assumido as baquetas, e ai começaram a tocar Dead Billies, I can't help myself from getting it on. Indescritível, emocionante... Não adianta, nenhuma banda emociona, mobiliza e ensandece a galera aqui de Salvador como o Dead Billies. Só faltou Joe, que por sinal tava por aqui essa semana... Se ele tivesse tocado ontem, seria um encontro histórico, a primeira reunião oficial do Dead Billies, com todos os integrantes, desde o fim da banda.
Ainda assim, deu para os órfãos da banda passarem bons momentos numa noite de muito rock, com 2 guitarras fuderosas e nada de baixo. Teve ainda Sonics, Milkshakes, Kinks (You really got me, com direito a côro) e mais coisa que não lembro agora, tudo com Moscka nos vocais, num clima "tô em casa" - o melhor de tudo.
Eu só conseguia perguntar pra todo mundo que tava do meu lado: porra, como é que um cara desses (Mosckabilly) abandona o rock??Ah, para os interessados, Marco ainda toca aqui na sexta, na São Rock, e no domingo, com Los Canos e The Honkers no Porão Underground, na Barra.

* Post originalmente publicado no dia 11 de julho

posted by Gabriela R. Almeida at 7:17 PM |

O feio mais simpático do Brasil entra na roda com um ótimo disco novo


Um dos ícones do rock independente brasileiro, Wander Wildner lança um ótimo disco solo, com vários covers, pouco tempo depois de uma elogiadíssima performance no maior evento indie do país no ano até o momento, o Curitiba Pop Festival.
Paraquedas do Coração seria o segundo disco de Wander Wildner acompanhado dos "Comancheros" Mauro Manzoli e Tom Capone, não tivesse consumido cerca de 6 anos de dedicação do maior expoente do chamado "punk brega". Sucessor de Baladas Sangrentas, lançado em 1995, Paraquedas do Coração só chega ao mercado agora, depois de Buenos Dias!, Eu Sou Feio... Mas Sou Bonito! (o mais conhecido de todos) e No Ritmo da Vida, coletânea encartada na edição de janeiro da revista Outracoisa.
Uma curiosidade da carreira do "Jack Kerouac de coturnos que veste camisas largas de estampas havaianas e canta em portunhol", ou do "mariachi cyberpunk" como está no site oficial, é um disco com apenas 5 músicas e tiragem de 46 cópias, chamado de Valeu a Força, Veinho!. È que, lá pelos idos de 1998, Wander Wildner queria ir para Barcelona, na Espanha, mas não tinha dinheiro suficiente. Resolveu então seguir a sugestão de um amigo, gravou 5 músicas inéditas e vendeu cada disco por 46 reais para amigos e fãs de carteirinha. Reza a lenda que nem ele mesmo tem uma cópia. Entre as 5 músicas estão Candy (cover de Iggy Pop) e Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro, ambas presentes em Paraquedas do Coração.
O novo trabalho tem produção caprichada assinada por Tom Capone e a participação de músicos convidados, como Constança Scofield, que toca flauta em Rodando el Mundo, faixa que abre o disco. As letras das músicas próprias seguem a linha passional com muito humor já característica do autor de "Quase um alcoólatra", "Jesus Voltará", "Eu Tenho uma Camiseta Escrito Eu Te Amo", entre outras pérolas do rock independente nacional.
Wander Wildner, uma das maiores referências para a local Los Canos, acertou ainda incluído o cover de Candy, balada fofinha de Iggy Pop, uma regravação de Hippie-Punk-Rajneesh, clássico dos Replicantes, e até uma música que tem uma letra composta em cima de uma melodia dos Ramones, Eu Acredito em Milagres. Há espaço ainda para canções cantadas em um "portunhol embromation" que ele próprio diz que seria um idioma paraguaio.
Apesar de estar fazendo shows para divulgar o disco, ele deve voltar aos estúdios em breve, para gravação do disco novo dos Replicantes. Não vai faltar tempo, no entanto, para ouvir Paraquedas..., um dos melhores discos nacionais do ano até o momento, "filho" nascido de um parto árduo de um dos artistas mais irreverentes e criativos do rock nacional, que há mais de uma década vem plantando clássicos rock independentes e... bregas, porque não? Se tudo o que é taxado de brega atualmente dentro da música brasileira chegasse pelo menos perto do que é o trabalho de Wander Wildner, o mainstream nacional não estaria em tão maus lençóis.

* Post originalmente publicado no dia 2 de julho

posted by Gabriela R. Almeida at 7:15 PM |

Irreversivelmente ruim

Irreversível é, sem dúvidas, uma das maiores fraudes do cinema nesses últimos anos. Assisti na semana passada, já éstá nas locadoras. É um filme MUITO ruim, não justifica de maneira NENHUMA o hype que se fez em torno dele em Cannes em 2002. A França forçou mesmo a barra pra vender um peixe podre. É um amontoado de clichês, e como se não bastasse, quando você já está dando graças a Deus porque o filme tá terminando, desobre-se que a mulher estava grávida quando foi estuprada. Tsc, tsc, tsc... No mais, as cenas do assassinato com o extintor de incêncio e do espancamento da mulher depois do estupro são mais fortes do que a do estupro propriamente. Só não é mais chato do que Waking Life - esse sim, ganhador do troféu joinha dos filmes pretenciosos, chatérrimos e que fazem a linha "quero-ser-cult-e-filosofico-pra-um-monte-de mané-dizer-que-amou-mesmo-sem-ter-entendido-bufulhas". Argh!

* Post originalmente publicado no dia 17 de junho

posted by Gabriela R. Almeida at 7:08 PM |

Eu quero é rock!

Acabei de adquirir Sonic Youth (sister e goo), Suede, My Bloody Valentine (isn't anything e loveless), Flaming Lips, MC5 e mais um monte de coisa na mão do povo da lista da Zero. Os vizinhos do prédio, que já andam reclamando pra caralho do volume do som aqui em casa, vão endoidar agora!!!! E eu quero é mais.

* Post originalmente publicado no dia 17 de junho

posted by Gabriela R. Almeida at 7:08 PM |

Dentro do "buzu" Praia do Flamengo, hoje pela manhã...

- Porra, rei, cê viu quem morreu? Brizola
- Oxi, desde anteontem.
- Não, rapaz, foi ontem. Eu cheguei de noite em casa e vi no
Jornal da Globo.
- Só ACM não morre. Ô velho miserável...
- É mesmo. Até o filho novo dele morreu, todo mundo morre, só
ele que não morre.
- Hahahahaha. O demônio tá esperando ele lá no inferno dando
risada.

* Post originalmente publicado no dia 22 de junho

posted by Gabriela R. Almeida at 7:07 PM |

Theatro de Seraphin estréia bem no Soterock

Boa estréia da banda Theatro de Serephin no Soterock no último sábado. O evento promovido por Jean Claude (Ex-Calypso, se é que tem alguém que ainda não sabe disso) acaba no póximo fim de semana, inclusive. Foram uns 2 meses de programação ininterrupta, algumas muito boas e outras ruins. No mais valeu bastante, garantiu fins de semana de rock pra todos os gostos - e o melhor, a preços baixos (6 contos pra ver 4 bandas).
Eu não fazia idéia do que era o som da banda, e achei bem interessante. Tem um lance meio teatral na apresentação, os caras têm punch e se prepararam bem pra essa estréia. A revelação é o baterista, o brother Dantas, que faz seu debut em palcos. Totalmente autodidata, daqui a pouco ele tá tocando por ai com outra banda nova que deve começar a fazer shows em breve, formada por Cebola e Eduardo Bastos. Cebola diz que canta e toca baixo (hehehehehe, que maldade!!), e Eduardo tá na guitarra. Tem outro carinha ai que toca teclado, mas não lembro o nome. Gozações à parte, a Tekillers (pelo menos era esse o nome até o último ensaio que eu fui) também tá com um som legal, e ver justo Cebola, um dos caras mais das antigas do rock de Salvador tocando e cantando é engraçado. Neguinho andou dizendo por ai que ele cantava parecendo Lou Reed e agora ele tá se achando!! (Beijo Cebola, é brincadeira!!)

Quem quiser saber mais: http://www.theatrodeseraphin.cjb.net/

Fotos de Thiago Fernandes (www.fotolog.net/milimetro)

* Post originalmente publicado no dia 24 de maio

posted by Gabriela R. Almeida at 7:04 PM |

Michael Moore - O Alter Ego da América

Curiosamente, dois livros de Michael Moore encabeçam há tempos listas dos mais lidos nos Estados Unidos. “Stupid White Men” (editado em português como “Stupid White Men - Uma Nação de Idiotas”) é bestseller desde 2002, ininterruptamente.
Já o novíssimo “Dude, Where’s My Country?”, lançado no Brasil como “Cara, Cadê o Meu País?”, no último dia 5, pela editora Francis, não sai do páreo dos mais vendidos do jornal New York Times, há 21 semanas.
A versão que chega ao Brasil conta com prólogo exclusivo, em que Moore nos insufla a resistir à ALCA, bem como a qualquer tipo de dominação norte-americana, e dá a partida às críticas ferrenhas que permeiam todo o livro. O objetivo do autor seria, também, chamar a atenção da população dos EUA para irregularidades no governo Bush, para que ele não seja reeleito em hipótese alguma.
Como diz o próprio Michael Moore, seus livros não são de auto-ajuda, não ensinam como se faz para ficar milionário, como melhorar os relacionamentos homem-mulher, nem são policiais “qualquer nota”. Como explicar, então, que os americanos gostem tanto de um autor que os critica tão impiedosamente?
Talvez, e mais uma vez destilando o sarcasmo que dá o tom de todas as suas produções, sejam elas literárias ou cinematográficas, Moore diria que, acéfalos que são, os yankees estão apenas seguindo uma onda ou tentando pousar de cool, antenados e engajados. Ou, quiçá, o gosto da América pelo filho que lhe renega reflete o que às vezes parece ser o verdadeiro retrato de Michael Moore: mais um produtão, só que agora com embalagem às avessas, de uma indústria e uma sociedade que ele tanto critica. Qual o problema de ser produto? Nenhum...
Não há aqui a propensão de se adotar uma postura frankfurtiana, mas a de chamar a atenção para aqueles que, antes mesmo de conhecer o trabalho de Moore, aderem ao hype que existe em torno dele, há uns dois anos, desde o lançamento de “Tiros em Columbine”, vencedor do Oscar de melhor documentário no ano passado.
A propósito, “Stupid White Men – Uma Nação de Idiotas” já vendeu mais de 40 mil cópias no Brasil desde 2002, e “Cara, Cadê o Meu País?” sai com tiragem inicial de 50 mil exemplares para o mercado nacional. Uma pergunta: quantos títulos brasileiros, de escritores tão ou mais talentosos, alcançaram essa marca? Ufanismo? Não. Apenas preocupação com a aderência irrestrita a modismos.
Um americano são? Tudo bem, é ótimo que alguém faça críticas ferrenhas principalmente à política (interna e externa) norte-americana, com um discurso fundamentado e uma ótima argumentação. Mas, às vezes, tudo parece um exercício de egocentrismo de Moore. É como se a finalidade do que produz fosse em primeiro lugar a sua própria satisfação pessoal, ou a busca por um reconhecimento totalmente voltado para ele próprio. Não por acaso, Moore normalmente é personagem dos próprios filmes.
Os “produtos Michael Moore”, por outro lado, mostram que engajamento, politização e panfletarismo não são necessariamente sinônimos de discursos inflamados em defesa do socialismo, com direito a citações de Marx. Moore faz da degustação da sua obra cheia de comicidade um deleite, sem entrar aqui no mérito da profundidade das suas críticas ao american way of life.
Inclusive, as inúmeras referências à cultura pop que permeiam o seu trabalho tornam a produção do polêmico escritor/diretor bastante aprazível. Independentemente de um desgosto pessoal pelo estilo “All by myself” de Michael Moore, um cineasta que interioriza ao extremo o clichê “câmera como arma” (sem trocadilhos, por favor!), ele, pelo menos, é um daqueles cineastas que nos fazem ver como os americanos são estranhos, cruéis com os perdedores, cheios de moralismos e de uma paranóia social.
Mas... Quer mais e melhor? Críticas menos ácidas e muito, muito mais profundas? Vá rever "Magnólia" (Paul Thomas Anderson), "Beleza Americana" (Sam Mendes), ou procure filmes de Robert Altman na locadora perto da sua casa. Assista os filmes de Todd Solondz, um diretor que, com muita sutileza e nenhuma bandeira a levantar, ou sem muito menos ser um gênio do cinema, nos faz rir ao ver o quanto é ridículo o estilo de vida ordinário que as típicas famílias americanas levam, ou nos choca aos nos mostrar o quanto a América é pervertida, e como seus filhos são, via de regra, fracassados, a despeito da conotação que o termo loser (perdedor) tem pelos lados de lá.
Ah... é bom que fique claro: nada contra os americanos, ou os EUA, que produzem o melhor cinema do mundo (pelo menos no quesito técnico), boa literatura, ótima música, e cultura pop da melhor qualidade. Mas as “anomalias contemporâneas” que os acometem, como disse Carlos Heli de Almeida, são realmente merecedoras de análise. E mesmo com as qualidades que seu trabalho apresenta, Michael Moore ainda não parece ser o cara que vai fazê-las com maior propriedade.
Como diria Pedro Butcher, à época do lançamento de “Tiros em Columbine”, “o que há de mais provocativo no cinema de Moore não são as críticas fáceis a George Bush e à política militarista dos EUA, mas sua cara-de-pau ao recorrer à chantagem e ao sentimentalismo para chegar onde quer. Moore, pelo menos, ainda acredita que pode mudar o mundo com o cinema. Existe beleza aí, apesar de tudo.”

* Post originalmente publicado no dia 23 de maio

posted by Gabriela R. Almeida at 7:02 PM |

Hoje vou começar o processo de migração dos posts do Egolatria pra cá. Não sou escritora, poeta, Clarah Averbuck, adolescente em crise existencial, nem nada parecido. Só vou escrever sobre música mesmo, então decidi que esse novo título era mais sui generis.

Good luck for me.

posted by Gabriela R. Almeida at 6:52 PM |

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