O retorno de Jedi (Quem foi ver? Eu não fui e nem pretendo... Seus geeks!)
Na última segunda-feira, eu estava num hotel em Cipó, o lugar mais quente do mundo, no sertão da Bahia, e fiquei decepcionada comigo mesma porque ainda não conhecia a TV Diário, de Fortaleza. Logo eu, que assisto Ratinho e aquele programa dos recordes feliz da vida, adoro Hermes e Renato, detesto novela, Sex and the City e todos os tipos de programas pretensiosamente bons ou cult, nunca tinha assistido pérolas como o Rota 22 ou o outro lá de auditório em que um grupo muito ruim tocava Don't Let Me Be Misunderstood e uma meia dúzia de casais dançava tipo "música lenta" (e ai, lembraram as festas de 15 anos?). Cheguei à TV Diário depois de fuçar os canais do cabo e assistir leilões de cavalos de 53 a 64 mil reais no Canal do Boi (acho que era isso), cujas raças nem lembro o nome, dado o meu interesse pelo assunto, eu que não pago nem 1 real por um jegue.
A TV Diário é inacreditável de tão ruim. É uma pérola.Não dá para entender como uma emissora investe grana para colocar aquilo no ar, muito menos como alguém compra cotas de patrocínio e vincula marcas àqueles produtos sinistros.
Sim, antes que eu me perca, o programa mais surreal é o tal do Rota 22. A arte do Chroma-key é tão tosca uma amiga de trabalho que assistia comigo também entendeu Rota 99. Rola um âncora que para de ler o texto do nada toda hora, o que me fez supor que ou o cara ainda não aprendeu a ler o TP direito, ou o TP é manual (aquela famosa esteira com o espelho que até pouco tempo ainda era usado em uma emissora daqui). O mais fantástico é o repórter, Ely Aguiar, que cobre crimes de ladrões de galinha em delegacias de Fortaleza. O figura usa óculos escuros espelhados, com os lados laranja, daqueles bem fluorescentes e mais brown imposível, entrevista os caras que acabaram de ser presos os chamando de "macho" e enchendo o saco até o limite do aceitável. Não dá para entender como ele ainda não tomou uma porrada na fuça no meio de uma entrevista dessa. É tudo gravado, nada é ao vivo, e quando achei que tinha visto a coisa mais tosca da TV atualmente, eis que Ely Aguiar tira o celular do bolso, que estava tocando, aperta um botão para desligá-lo e volta para a entrevista como se nada tivesse acontecido. Tipo... como assim???? A parada é gravada. É muito, muito, muito trash, é cômico, é massa. Pena que em Salvador não pega.
E seguindo a minha peregrinação por porcarias na TV, no mesmo dia parei na Hebe e presenciei uma cena constrangedora, de tão ridícula. Tudo bem que é boa vontade demais querer achar algo de bom no programa de Hebe, mas ver uma figura totalmente wannabe Courtney Love se esguelando cantando Purple Rain (!) me fez voltar imediatamente para Ely Aguiar, o Rota 22 e as bizarrices da TV Diário. Tudo bem, tudo bem, tenho a minha predileção pelo trash, e para mim, em se tratando de TV, quanto pior, melhor. Mas a diferença entre a adoção de uma estética assumidamente popularesca e a produção de um conteúdo com nenhuma qualidade e a toda pretensão do mundo é tão visível... Não tem condição.
Trashs do mundo, saiam do armário!

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