
Stefan Olsdal, do Placebo, no show na Concha, no último domingo. Foto por Thiago Fernandes, roubada do fotolog dele (www.fotolog.net/milimetro)
O show do Placebo em Salvador anteontem (domingo) superou todas as minhas expectativas por diversos motivos. Apesar de ter achado ótima a idéia de se trazer a banda para Salvador, não nutria uma grande esperança de que o evento pudesse registrar um público significativo, e que um provável fracasso de público desencorajaria produtores de eventos do tipo e Salvador demoraria outros não sei quanto anos para receber uma banda internacional boa e não decadente (porque Westlife, Men At Work e Double You não conta, né?).
Mas enfim, eis que depois de tanta espera chegou a hora. Não assisti Los Canos, cheguei no meio do show de Ronei e só entrei na Concha quando O Canto dos Malditos na Terra do Nunca estava começando. Portanto, nem vou tecer considerações acerca do prêmio de 15 mil reais recebido por Ronei, de justiças e injustiças, marmeladas e afins. Ouvi uma demo do Canto dos Malditos e vi esse mini show. Preciso ouvir mais para formar uma opinião mais "responsável". Tenho certeza de que, de cara, não achei uma merda nem uma maravilha.
A Brinde fez um show correto, Theatro de Seraphin também. Impressionanete foi ver a maior gurizada empolgadona com a Theatro de Seraphin, com suas referências totalmente oitentistas e que em nada lembram as melhores bandas de todos os tempos da últimas semana que pipocam por ai toda hora e cativam o público que só conhece o rock que passa na MTV.
Não quero nem saber se o público conhecia o Placebo ou não, se foi só pelo hype, por ser uma banda indie cult que por algum milagre (ou melhor, pela boa vontade da Claro), acabou vindo parar (ou tocar) aqui em Salvador. O fato é que a Concha estava cheia, o show do Placebo foi foda, a platéia não fez feio e os caras sairam felizes da vida, pelo menos aparentemente, com a receptividade.
Não sei se foi por acaso, mas achei tão glam quanto imaginava que fosse, só que bem menos gay (principalmente Brian Molko). Tecnicamente impecável, som perfeito, profissionalismo à toda prova (com uma roadie mulher, bem legal). Não conenho tão bem o disco novo, o que não fez a menor diferença. Todas as músicas que eu adoro (especialmente Special K, Every You, Every Me, Bitter End e Pure Morning) eu ouvi. Lindo, lindo... Melhor show internacional que passou por Salvador nos últimos tempos, fácil, fácil.
Eu não fiz as contas, mas pelo que andei lendo, Brian Molko e Stefan Olsdal devem ter trocado de guitarras/baixos, ao todo, umas 15 vezes. A night que acabou cedo na Concha, foi esticada no Miss Modular, com direito ao trio feliz da vida, de Havaianas, batendo papo, super acessível, trocando idéia numa boa com todo mundo.
Enfim, que venham os próximos, que Ronei faça um ÓTIMO show na final em São Paulo em setembro (melhor ainda se for abrindo para o Radiohead, Strokes ou Audioslave. Se esses boatos se confirmarem, vai ser um ano memorável para os fãs de rock no Brasil), que ele ganhe os 2 clipes. a van e a gravação do disco na Toca do Bandido. E que não demore tanto tempo para aconteça outro evento desse porte em Salvador.
